Lula se emociona ao ser diplomado e reafirma compromisso de ‘fazer do Brasil um país mais desenvolvido e mais justo’
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral Alexandre de Moraes diplomou Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin como presidente e vice-presidente eleitos do Brasil. O ato solene ocorreu na tarde desta segunda-feira (12), na sede do TSE, em Brasília,
Em discurso emocionado, Lula chorou ao falar do seu nível de instrução e das dificuldades enfrentadas nos últimos anos. “Este não é um diploma do Lula presidente. É um diploma de uma parcela significativa do povo que ganhou o direito de viver em um país democrático. Na minha primeira diplomação em 2002, lembrei da ousadia do povo brasileiro em conceder, para alguém tantas vezes questionado por não ter diploma universitário […] Eu quero pedir desculpas pela emoção, porque quem passou o que eu passei nesses últimos anos, estar aqui agora é a certeza de que Deus existe”, disse o petista.
Lula promete ‘país mais desenvolvido e mais justo’
Logo depois, o presidente renovou o compromisso de melhorar a vida dos mais pobres. “Eu sei o quanto custou, não apenas a mim. O quanto custou ao povo brasileiro essa espera para que a gente pudesse reconquistar a democracia nesse país. Reafirmo hoje que farei todos os esforços para, juntamente com meu querido companheiro Geraldo Alckmin, cumprir o compromisso que assumi não apenas durante a campanha, mas durante toda a minha vida: fazer do Brasil um país mais desenvolvido e mais justo, com a garantia de dignidade e qualidade de vida para todos os brasileiros, sobretudo as pessoas mais necessitadas”, prometeu.
Ainda, Lula destacou a coragem do “Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral”: “Enfrentaram toda a sorte de ofensas, ameaças e agressões para fazer valer a soberania do voto popular”.
‘Submundo das redes sociais’
Igualmente, sem citar nomes, ele comentou as manobras de Jair Bolsonaro. Frequentemente, o atual presidente se utilizou das redes sociais e de instituições públicas para se beneficiar no pleito. “Os inimigos da democracia lançaram dúvidas sobre as urnas, cuja confiabilidade é reconhecida há muito tempo por todo o mundo. Ameaçaram as instituições, criaram obstáculos de última hora para que eleitores fossem impedidos de chegar a seus locais de votação, tentaram comprar o voto dos eleitores com falsas promessas de dinheiro farto desviado do orçamento público”, pontuou. “Quando se esperava um debate político democrático, a nação foi envenenada com mentiras produzidas no submundo das redes sociais. Eles semearam a mentira e o ódio, e país colheu violência política que só se viu nas páginas mais tristes de nossa história. E no entanto, a democracia venceu”, completou Lula.
‘Covardes ataques’
Por sua vez, o ministro Alexandre de Moraes destacou o processo eleitoral brasileiro e condenou o que chamou de “covardes ataques antidemocráticos”. “O Brasil encerra mais um ciclo democrático e completa 34 anos estabilidade do estado democrático de direito. Estabilidade não significa ausência de turbulências, embates, ausência de ilícitos e criminosos ataques antidemocráticos. Estabilidade democrática significa observância fiel à Constituição, pleno funcionamento das instituições e responsabilização. A Justiça Eleitoral soube, com apoio de Poder Judiciário, garantir estabilidade democrática”, declarou.
A cerimônia contou com cerca de 300 convidados, como o ex-presidente José Sarney e a ex-presidenta Dilma Rousseff. Além disso, a mesa recebeu representantes do Legislativo e do Judiciário, bem como forte esquema de segurança. Por fim, o ato marca o fim do processo eleitoral e legitima a vitória de Lula e Alckmin. Agora, ambos estão habilitados a tomarem posse no próximo dia 1º de janeiro.
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