Marco Andrade, Secretário-Geral da CONUSI Panamá, fala sobre o 4° Congresso da FLEMACON, em entrevista ao Impacto Sindical.
IS: Qual é a sua avaliação do contexto internacional atual e o seu impacto nos trabalhadores e nos povos latino-americanos? Exponha algum exemplo concreto do seu país.
MA: Esta é uma fase da crise global do capitalismo e seu modelo neoliberal. A crise acentuou-se com a pandemia e a guerra das superpotências na Ucrânia e suas consequências. Isto foi aproveitado por governos que respondem ao patronato para fazer recarregar sobre os ombros dos trabalhadores o enorme peso desta crise. Isto no Panamá traduz-se em um conjunto de situações que permitiram maior flexibilidade no trabalho com o despedimento em massa de trabalhadores disfarçados de acordos mútuos, recontratações em condições piores e salários mais baixos do que os anteriores. res, aumento do custo de vida, perda de propriedades, violações de fora de maternidade e parcelas para aposentar. Isto também se traduziu no aumento da informalidade laboral, da pobreza e da pobreza extrema e do desemprego que atinge especialmente jovens e mulheres. Tudo isso se agrava também com a grande crise migratória, especialmente dos pobres que fogem das guerras e das crises económicas que o neoliberalismo produziu nos seus países. O país viu-se endividar para enfrentar a situação, o que também tem sido uma fonte de negociados e corrupção. A segurança social e o futuro de muitos panamianos foram comprometidos. Grandes corporações aproveitam-se e como no caso mineiro procuram fazer o país depender da pilhagem dos nossos recursos naturais.
IS: Perante a crise sistêmica da arquitetura do capital e sua filosofia neoliberal prevalecente nas nossas sociedades e seus efeitos no mundo do trabalho. Quais são para você os desafios a superar pelo movimento sindical mundial?
MA: Então é fundamental lutar por mudanças estruturais e contra o modelo neoliberal. Lute por uma política econômica que gere empregos e salários dignos. Que defenda nossa soberania. Que atenda as necessidades dos setores mais vulneráveis com seguro de desemprego. Que ele fortaleça a segurança social e garanta aposentadorias e pensões justas. Trabalhar unidos por um modelo económico baseado no desenvolvimento social e não num crescimento económico; que no caso do Panamá que só beneficia um punhado de panamenses tornando-nos um dos países mais desiguais do planeta.
MA: Saudamos e apoiamos com solidariedade e unidade de ação o Congresso FLEMACON e reafirmamos o nosso compromisso de defender unidos a dignidade e a justiça social dos trabalhadores e dos povos latino-americanos.
Unidos somos mais fortes