Brasil: Precisamos falar com os homens e acabar com a violência contra as mulheres
Na tarde da sexta-feira, 06/12, o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção e da Madeira no Estado da Bahia – SINTRACOM-BA recebeu em seu auditório, na cidade de Salvador, Bahia, Brasil, a Roda de Conversa, promovida pela Secretaria e Coletivo de Mulheres da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB Bahia: “Precisamos falar com os Homens! Uma jornada por Igualdade de Gênero”.
A secretária de Mulheres da CTB Bahia, Flora Lassance, coordenou os trabalhos, que teve a participação de dirigentes sindicais de diversas entidades, homens e mulheres.
A economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – DIEESE, Ludmila Pedroso, falou sobre a inclusão de mulheres no mercado de trabalho, onde os homens ganham os maiores salários e as mulheres os menores, principalmente as mulheres negras.
A ouvidora-geral da Defensoria Pública da Bahia, Naira Gomes, ressaltou que há muitos casos de mulheres que buscam o apoio jurídico da DPE para buscar a pensão alimentícia de seus filhos, que é negada por muitos homens. Falou também sobre a jornada dupla e o assédio sexual e moral que vitimam as mulheres no ambiente de trabalho.
O evento foi palco para as falas de diversas companheiras e companheiros, que falaram sobre a violência de gênero que atinge as mulheres, a importância da campanha pelo fim do Feminicídio, a luta contra o assédio moral e sexual no ambiente de trabalho.
Flora Lassance falou que a Roda de Conversa foi “mais um espaço para refletirmos sobre um problema recorrente que são as diversas violências pelas quais passam muitas mulheres no Brasil. A roda é para ajudar nesse debate para ampliar a consciência dos homens para construirmos uma sociedade melhor”.
Carlos Silva, presidente da entidade anfitriã, o SINTRACOM-BA, deu as boas-vindas e destacou que, pela importância do tema, o evento deve se multiplicar em outros palcos e também ser um multiplicador da luta pelo fim da violência contra as mulheres e do assédio no ambiente do trabalho.
Além de Carlos Silva, a mesa teve também entre seus debatedores a participação de Rosa de Souza presidente da CTB Bahia, Aurino Pedreira ex-presidente da CTB Bahia, Pascoal Gomes ex-presidente da CTB Bahia e atual diretor da CTB Nacional, vereador Augusto Vasconcelos, deputado federal Daniel Almeida, psicóloga da CTB Rosimeire Carvalho e o dirigente do Partido Comunista do Brasil – PCdoB Caio Botelho.
A presidenta da FLEMACON e diretora de Imprensa do SINTRACOM-BA, Lúcia Maia é também integrante do Coletivo de Mulheres da CTB Bahia e destacou a importância do evento. Leu um texto do falecido jornalista do SINTRACOM-BA, Pedro Augusto, sobre a luta das mulheres:
“Operárias em Construção
Simplesmente, Mulheres
Elas são marias, cecílias, hercílias, lúcias, fátimas, veras, sônias e elienes.
Mães, filhas, netas, avós, esposas, trabalhadoras…
Encaram diariamente dupla, até tripla jornada de trabalho, cuidando da casa, nos escritórios, nos canteiros de obras, secretárias, pedreiras, ajudantes, encarregadas, apontadoras…
Acreditam que lugar de mulher é na luta, contra a violência, pela liberdade, pela transformação do mundo.
Miram-se no exemplo das heróicas operárias têxteis, exatas 129, mortas queimadas pelos patrões na fábrica Cotton, em Nova York, em 1887, num 8 de março, transformado em Dia Internacional da Mulher.
Elas são (algumas foram) também diretoras do sindicato. Vão à luta. Reivindicam, estudam, discutem, conscientizam-se e conscientizam.
São operárias em construção.
Simplesmente, mulheres.”
A diretora de Mulheres do SINTRACOM-BA e integrante do Coletivo de Mulheres da CTB, Sônia Maria, falou sobre a alegria de ver esse importante evento acontecer no auditório do SINTRACOM-BA. E falou sobre a luta fundamental pelo fim da violência contra as mulheres, que aumenta a cada dia.
No final, Flora Lassance destacou a importância do tema escolhido para nomear a Roda de Conversa: Precisamos Falar com os Homens. E convocou todos e todas presentes para debater, inclusive questionando os homens, sobre a violência contra as mulheres, que está aumentando a cada dia, em casa, no trabalho, nas comunidades.
E apresentou as resoluções da Roda de Conversa, com a Carta “Mulheres trabalhadoras: ampliar direitos, promover equidade e erradicar qualquer tipo de violência”.