A presidente da FLEMACON, Lúcia Maia, celebrou a libertação na manhã de 24 de junho, do jornalista australiano Julian Assange, 52 anos, que deixou a prisão de segurança máxima de Belmarsh, na capital do Reino Unido, Londres, onde ficou preso por mais de cinco anos, injustamente: “É uma grande vitória dos povos em luta contra o imperialismo fascista! Viva Assange! Viva a luta!”, declarou.
O Secretário Geral da UITBB, Michalis Papanikolaou declarou: “Vivemos numa época em que a liberdade de imprensa está em vigor na maioria dos países do
mundo e centenas de jornalistas em todo o mundo perdem ou arriscam as suas vidas na batalha para descobrir a verdade e informar o público. Quase uma centena de jornalistas e trabalhadores foram mortos em Gaza nos últimos meses, enquanto Israel proíbe a imprensa estrangeira de entrar em Gaza e de realizar o seu trabalho de informar a opinião mundial. Neste ambiente sombrio, a recente libertação do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, é uma ótima peça noticiosa. Ao mesmo tempo, os seus anos de prisão são um testemunho da luta que a defesa da liberdade de imprensa exige. Em todo o mundo, a liberdade e a independência da imprensa são confrontadas com fenômenos como a sobreposição de interesses dos proprietários dos meios de comunicação social com os das instituições econômicas e políticas, em tentativas de silenciamento da imprensa em divulgar a verdade. A UITBB saúda o facto de Julian Assange ser livre, mas sublinha que a luta pela liberdade de imprensa está longe de terminar. Os trabalhadores estão lado a lado com os jornalistas nesta luta”.
O presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo disse: “É uma vitória dos povos na luta contra o imperialismo, uma vitória da liberdade de imprensa e de expressão que desmascara a retórica falaciosa dos Estados Unidos”.
A Confederação Nacional de Sindicatos de Trabalhadores do Chile (CNTCh) saudou a libertação de Assange: “Assange foi preso por denunciar atrocidades do império, ensinando ética e compromisso com a humanidade e denunciando o jornalismo chileno alinhado com os poderes econômicos que mentem“.
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva declarou: “O mundo está um pouco melhor e menos injusto hoje. Julian Assange está livre depois de 1.901 dias preso. Sua libertação e retorno para casa, ainda que tardiamente, representam uma vitória democrática e da luta pela liberdade de imprensa”.
O site Wikileaks reconheceu, em nota, que a libertação de Assange foi resultado de uma campanha global, com organizações de base, movimentos sindicais e sociais, defensores da liberdade de imprensa, legisladores e líderes de todo o espectro político, até as Nações Unidas.
Assange livrou-se da cadeia, com um acordo feito com o governo dos Estados Unidos, através do qual trocou a sua liberdade pelo reconhecimento de sua culpa, por ter divulgado informações militares e mensagens diplomáticas confidenciais do governo estadunidense.
Ele recebeu fiança do Supremo Tribunal de Londres e foi libertado no aeroporto de Stanstead durante a tarde de segunda-feira (24), onde embarcou em um avião e partiu do Reino Unido, rumo a um tribunal das Ilhas Marianas do Norte, um território dos Estados Unidos no Pacífico, onde ocorrerá a audiência de formalização do acordo. O ativista concordou em se declarar culpado por revelar segredos militares dos EUA em troca de sua liberdade. Depois, Assange segue para a Austrália, seu país natal.
Após declarar-se culpado, espera-se que Assange seja sentenciado a um tempo inferior aos cinco anos que o ativista já esteve preso, o que significa que terá sua liberdade oficializada após a audiência no tribunal.
Assange foi vítima de perseguição implacável dos EUA. Motivo: revelou com provas, o que o mundo já sabia, como é o modus operandi do imperialismo estadunidense: as torturas no Iraque e na prisão de Guantánamo, o manual de torturas do Pentágono, as comemorações sádicas de soldados estadunidenses celebrando sorridentes os assassinatos que cometiam, tudo documentado em vídeos e através da publicação de documentos oficiais obtidos e divulgados pelo site que ele fundou, Wikileaks.
Uma imensa relação com as barbaridades cometidas pelos EUA: espionagem de chefes de Estado, inclusive da presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, crimes de guerra, pressões políticas ou diplomáticas, mentoria intelectual e patrocínio financeiro para a derrubada de governos, abusos de poder etc.
Wikileaks mostrou também que os EUA agiam criminosamente, mas tinham estratégia para encobrir seus crimes. Isso era (é) feito através de propaganda enganosa, alegam agir em defesa da democracia e dos direitos humanos, quando na verdade cometem atrocidades contra governos e pessoas no mundo inteiro, homens, mulheres, crianças e idosos.
A FLEMACON considera que a libertação de Julian Assange demonstra a força da mobilização dos movimentos sindicais e sociais. Isso deve ser reconhecido pelas lideranças e nas bases.
Quem luta, conquista!
Fontes: CTB, Brasil de Fato, Metrópoles. Foto de Assange: reprodução Wikileaks.