O bloqueio a Cuba se multiplicou ao longo dos anos. Uma questão bilateral? Assim dizem; mas ninguém ignora que o bloqueio norte-americano implica, hoje, um bloqueio universal. A Cuba lhe é negado o pão, o sal e tudo mais. E também implica, embora muitos o ignorem, a negação do direito à autodeterminação.
O sufocante cerco à volta de Cuba é uma forma de intervenção, a mais feroz, a mais eficaz, em seus assuntos internos.
Existem privilégios em Cuba? Privilégios do turismo? Sem dúvida. Mas o fato é que não existe sociedade mais igualitária na América. A pobreza é compartilhada: não há leite, é verdade, mas não falta o leite para as crianças e para os idosos. A comida é pouca. Mas em meio à crise ainda há escolas e hospitais para todos, o que não é fácil imaginar em um continente onde tantas pessoas não têm outro professor que a rua, e nem mais médico que a morte.
A pobreza é distribuída e partilhada. Cuba continua sendo o país mais solidário do mundo. Cuba foi o único país que abriu as portas aos haitianos fugitivos da fome e da ditadura militar, que foram expulsos dos Estados Unidos.
Artigo de Eduardo Galeano
Foto reprodução Granma: Germán Veloz Placencia
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